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sexta-feira, 29 de agosto de 2008




terça-feira, 26 de agosto de 2008

Wado


O que esquenta o sangue de wado que agora vive no verão sem fim de Alagoas é a forma como as periferias do mundo têm construído a nova música através de quase nada de matéria prima. Transformando arte bruta em estúdios caseiros, com microfones baratos e pouco conhecimento técnico, mas com muita urgência, energia e gana.
A subversão não está mais na estética do punk, domesticado e adocicado em canções de amor. O que dá voz a quem não tem voz hoje são ritmos como o funk carioca, o reggaeton e os afoxés baianos. Wado foi beber nestas astúcias da periferia para construir a estética de seu novo álbum, Terceiro Mundo Festivo.

São os ritmos terceiro-mundistas que permeiam este novo disco que também traz referências mundiais como as batidas de Timbaland, Pharrel e M.I.A. O disco é um passeio por novas levadas, americanas e africanas e também, um retorno a concisão de discurso dos seus primeiros discos.

O Começo; No Brasil; Na Europa:

No ano de 2001 Wado lança o seu primeiro CD e chama a atenção dos brasileiros para a nova safra de compositores que fazem “música inteligente”, como bem afirma o jornalista Pedro Alexandre Sanches em matéria para o jornal Folha de São Paulo.
Foi a partir deste trabalho que Wado começou a ser reconhecido e respeitado em outros estados do Brasil, figurou em muitas listas de disco como o melhor do ano. Alexandre Matias, não só colocou o Cd de Wado no topo de sua lista com também escreveu uma crítica com declarações sobre tal escolha, “e agora vem Wado, com seu excelente O Manifesto da Arte Periférica, até agora o melhor disco de 2001. Sai Daft Punk, sai Vídeo Hits - o lugar é deste catarinense radicado em Maceió que conseguiu fazer um disco com sotaque, mas sem soar pós-mangue beat. Os dois discos que mais gostei no ano passado foram o do Mundo Livre S/A e o do Badly Drawn Boy. Wado converge os dois e cria um Damon Gough sambista, praiano.” – trecho do artigo publicado no Correio Popular (SP).

Aos 25 anos Wado começa a participar de projetos envolvendo o mercado internacional, na época do lançamento de seu segundo disco, “Cinema Auditivo”, quando foi convidado para participar do Tim Festival, oportunidade em que se apresentou ao lado de bandas como Los Hermanos, Lambchop, 2manyDJs e Public Enemy. Mostrando os timbres ousados, letras marcantes e a pegada firme nos grooves.
Depois de ter rodado quase todo o Brasil apresentando seu show, Wado grava “A Farsa do Samba Nublado” e com ele é selecionado pela FUNARTE para participar do Projeto Pixinguinha, antiga e lendária atividade do Ministério da Cultura que promove o intercâmbio de manifestações musicais entre as diversas regiões do país. Assim, em 2004, Wado excursionou pelo Sul e Sudeste do país ao lado de artistas como Rita Ribeiro, Totonho e Carlos Malta.

Em 2005 a França comemora um grande evento, “O ano do Brasil na França” e a caravana da qual Wado fez parte no Projeto Pixinguinha é escolhida para representar o Brasil. Este foi o primeiro show que Wado fez na Europa, na cidade de Paris. No ano seguinte é novamente selecionado para representar o Brasil, na cidade de Berlim – Alemanha no projeto Copa da Cultura / Música do Brasil, onde apresentou seu show dançante durante a Popkomm, Feira de Música Internacional. A música de Wado já circula pelo mercado europeu através da Coletânea Brazil Luaka Bop e da Coletânea da revista Tip Popkomm, com 80 mil cópias.

Wado já esteve em de festivais como Coquetel Molotov e Rec Beat (PE) Goiânia Noise (GO), Com: tradição (SP), FMI (BSB), Feira da Música (CE) além de vários outros eventos importantes do calendário nacional.


Fonte:www2.uol.com.br/wado/

sábado, 23 de agosto de 2008

Cof Damu


Em 2005 seis amigos se juntaram para fazer um som, sentir o fluxo da vida através dos seus instrumentos. Em concordância, tinham a crença de que o ritmo move mundos, cura a alma e corrompe as diferenças unindo pessoas díspares, descendentes de uma mesma molécula, o amor.

Véu Pater (voz), Dudare (baixo), Cláudio Lima (bateria), Diego Andrade (guitarra), Peu (teclados) e Abú (percussão), decidiram ser sinceros com o que pulsa em suas veias. E nasce a Cof Damu, “antena satélite da sonoridade que permeia os mundos intocáveis e individuais em cada um de nós.

A banda faz uma música dançante, com influências híbridas e inovadoras para o pop brasileiro, mesclando a mpb, o folk, o rock, o soul e o afoxé além de criar células rítmicas e linguagens melódicas próprias. A guitarra blues de Diego brinca com os teclados 70´s de Peu, na cozinha Cláudio, Abú e Dudare, passeiam pela pluralidade da música brasileira, enquanto a voz de Véu soa como um sopro, um sussurro ao pé dos ouvidos da alma.

Após três anos de estrada, com um som amadurecido e um público fiel, a banda Cof Damu lança seu primeiro CD, pelo selo Som Livre Apresenta. Ao mesclar influências da mpb com o folk, o rock, o soul e o afoxé, o grupo apresenta sua proposta musical. Uma iniciativa que deixa à margem o caráter pejorativo muitas vezes relacionado à música pop. A banda foi idealizada por Verônica Paternostro (voz, violão e flauta) e Pedro Fulgêncio (teclados) com o objetivo de fazer músicas autorais. Mais tarde, com o auxílio de Cláudio Lima (bateria), Eduardo Karranka (guitarra), Dudare Wriwrai (baixo) e Fábio Abu (percussão), o conjunto toma forma e apresenta ao público músicas de sonoridade hibrida e repletas de influências inusitadas, contribuindo, dessa maneira, para a valorização da musica pop feita no Brasil. A aposta na diferença já começa no seu batizado, quando Verônica, inspirada pela expressão popular “nem que a vaca tussa”, fez um trocadilho ao juntar as palavras “Cof” (tosse), “da” (preposição) e “mu” (mugido da vaca), sugerindo um nome que, numa tradução simples, significaria a improvável “tosse da vaca”. Depois, a Cof (como foi apelidada pelo público) passou por uma espécie de “caminho inverso” do percurso musical. O disco que foi re-lançado pela Som Livre, foi disponibilizado primeiro na internet, o que ilustra bem o método de divulgação das bandas independentes. Pelo menos para a Cof Damu, a estratégia funcionou. O resultado foi a conquista de um público diversificado e grande aceitação em diferentes sites – entre eles o orkut e o myspace – além de um contrato para o lançamento do disco.


Fonte: site Oficial : www.cofdamu.com, Trava Virtual e Palcom Mp3

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CONTRA-INDÚSTRIA: A nova Música Independente


Téo Ruiz · Curitiba (PR) ·

Muito se discute sobre música independente no país hoje em dia. Porém, a distância que se observa na prática entre músicos amadores (sem pretensão profissional) e artistas auto-produtores profissionais é enorme. Motivados em diminuir essa distância, e também em criar um material que se voltasse somente para a música independente (o que é extramamente raro), os compositores Estrela Leminski e Téo Ruiz publicaram o livro CONTRA-INDÚSTRIA em 2006, pela editora miniera Selo Editorial, fruto de uma ampla pesquisa da dulpa sobre o tema reunindo aspectos históricos, discussões, novas tendências e também uma nova terminologia que se adequasse ao discurso atual desses artistas auto-produtores profissionais de hoje, independentes por opção, que não estão ligados a nenhum tipo de estrutura industrial. Sem pragmatismos e maniqueísmos, o livro traz dados oficiais e embasamento para mostrar que os artistas independentes já saíram há tempos da condição de "marginais" para se tornarem situação dentro da música brasileira.

Segue o resumo que está na orelha do livro:

O conceito de MPB como uma instituição se mostra muito mais apropriado nos dias de hoje, pois não envolve mais somente estilos musicais, mas também reúne aspectos sociais, históricos e culturais da sociedade brasileira. As grandes gravadoras foram se firmando no Brasil ao longo do século XX ligadas ao desenvolvimento tecnológico do fonograma (música gravada). Com o avanço técnico das gravações, expansão e massificação dos meios de comunicação e com a grande qualidade e diversidade da música brasileira, as grandes gravadoras (majors) atingiram o grande público, principalmente a partir dos anos 50, e instalaram um monopólio de toda a cadeia de produção musical. A Música Independente surge em meio a crises do setor e insatisfação de alguns artistas das majors, e teve sua grande expansão a partir dos anos 80 com a vanguarda paulistana. A atitude do Faça Você Mesmo, já presente no Punk, começa então a fazer parte da MPB. O artista independente de hoje não corresponde mais a imagem de amador e marginal que adquiriu ao longo principalmente dos anos 70 e 80. Há algum tempo esses artistas produzem seu próprio trabalho com extrema qualidade e competência, e aproveitam alternativas de produção já existentes assim como propõe novos caminhos. As Leis de Incentivo à Cultura, mesmo com defeitos, constituíram uma importante ferramenta de trabalhos independentes de altíssima qualidade, e até hoje é uma alternativa de produção. O alto custo do monopólio das grandes gravadoras através de compras dos meios de comunicação (jabá), a escassez de novidades, trabalhos apelativos e as novas alternativas independentes são as prováveis causas da crise instaurada em todo setor fonográfico mundial. Devido à nova configuração da Música Independente e a adequação de seu discurso, a Contra-Indústria se configura como o expoente dos artistas independentes do Brasil.

Mais informações sobre o livro, os autores e como adquirir, entre no site
www.musicaderuiz.art.br

sábado, 9 de agosto de 2008

Artigo: "Cinema Hoje"

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra


Então Hollywood passou a disputar as atenções das massas. Logo se tornou visível a sedução que os filmes exerciam sobre a população. Havia um movimento buscando impedir que os fiéis assistissem aos filmes. Mas Hollywood conhecia bem a índole das massas e produzia filmes atrativos. Com os "ganchos" especiais, o público se entregava desembaraçadamente diante da magia das telas. O cinema mudo já era atraente, mas quando chegou o som e as cores, o público fazia filas enormes para assistir aos filmes produzidos. Os produtores logo perceberam a poderosa arma de que dispunham para modificar profundamente os hábitos e as concepções da população.

Era fácil perceber as vantagens de que Hollywood dispunha, porque o público passava mais horas nos cinemas do que nas Igrejas. Assim, Hollywood passou a ditar as normas de comportamento; o que era importante e o que era desprezível na vida. Imperceptivelmente o público foi adquirindo um novo padrão de comportamento e uma nova escala de valores. Ao final os indivíduos estão vivendo a vida sem atitudes próprias, como se estivessem interpretando um personagem dos filmes que assistiram.

Durante a grande guerra os soldados recebiam filmes especialmente feitos para fortalecer o ânimo de luta, o heroísmo e a esperança. Os filmes de hoje quase não trazem nenhuma esperança, mas assustam as criaturas humanas com constantes lembranças da morte, cujo significado lhes é desconhecido tanto quanto o significado do nascimento, marcos decisivos da existência.


América, o paraíso perdido. Ao invés de um novo mundo, mais nobre, mais dedicado às questões do espírito, livre das imposições dogmáticas do velho mundo, foi surgindo um mundo materialista, preocupado com superficialidades, obcecado por dinheiro.

Agora vivemos a era da propaganda associada aos condicionamentos, um grande avanço na tecnologia de seduzir as mentes humanas. Contudo, a indústria cinematográfica movimenta anualmente bilhões de dólares gerando muita riqueza e muitos empregos. O Brasil está praticamente fora, atuando principalmente como exibidor de filmes produzidos nos Estados Unidos, empregando apenas vendedores de bilhetes, operadores e pipoqueiros. A indústria cinematográfica não recebeu estímulos governamentais e, vítima de sabotagens, acabou definhando até praticamente sumir.

Hollywood difundiu e difunde todas as idéias e conceitos de seu interesse, assim como de tudo que produza retorno, isto é, através do merchandising, a propaganda embutida no filme. Largamente difundido é o dólar, habilmente manipulado na finança global para propiciar ganhos fabulosos. As malas cheias de dólares mostradas nos filmes, se tornaram o alvo da maior cobiça dos seres humanos. Pela sua posse os personagens ensinam a mentir, trair e matar se preciso for.


A América de hoje resultou da intervenção permanente e contínua de Hollywood que propiciou muitas coisas boas, mas poderia ter propiciado muitas melhores. Muitas coisas feias e horríveis têm sido apresentadas. Belas e enobrecedoras nem tantas.

Hollywood deu a América as feições que ela tem hoje. A sua influência foi decisiva na América e em grande parte do mundo, mormente no mundo de hoje em conjunção com a TV global.

Os roteiros estão apresentando uma humanidade estressada e aflita, que caminha para um caótico clímax da ansiedade e medo. É o reflexo de uma existência vazia que não preenche a sua real finalidade, em que as pessoas aceitam o papel de marionetes sem vontade própria e que se movem por impulsos, sem reflexão. Consequentemente a amplitude da vida fica reduzida a um monótono nascer, crescer e trabalhar, transar nas horas de folga e esperar pela fatalidade da morte, como se a vida não passasse de um processo mecânico destituído de significado. Isso acaba dando ao viver cotidiano uma dimensão restrita e absurdamente ilógica. As bitolas estreitas em que os filmes são realizados, induzem a uma crescente estreiteza mental, muito conveniente para a formação de consumidores bem comportados. Nenhum sentido mais elevado, quando muito a busca de quinze minutos de fama na frenética busca da felicidade ilusória, sem que se pressinta o caminho para a felicidade real. Grande parte dos filmes estão carregados de sexo embrutecido e violência, num clima tenso, no ambiente decadente das megacidades.

Isso positivamente não faz bem a ninguém, nem mesmo aos produtores porque a população começa a perceber o lixo que está recebendo.

Mas esse lixo todo mantém as criaturas humanas de cabeça abaixada, sem habilitação para enxergar o mundo como é, e como deveria ser, para ser considerado um mundo humano. Um cinema digno de seres humanos deveria apresentar dois derivativos: ser instrutivo, propiciador do alargamento das janelas mentais, ou agradável e divertido de ser visto. Melhor ainda se puder reunir isso tudo, como esporadicamente ocorre com algum filme fora do padrão de mediocridade.

Benedicto Ismael Camargo Dutra é autor dos livros: "A trajetória espiritual da humanidade"(http://www.library.com.br/Historia/index.htm) e "Encontro com o Homem Sábio", pela Editora Marco Zero.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Jonh Mayer


John Clayton Mayer nasceu no dia 16/10/1977 em Bridgeport, Connecticut e seu contato com a música aconteceu pela primeira vez aos 13 anos quando um vizinho lhe deu de presente uma fita de Steve Ray Vaughan e o blues entrou em sua vida. Sua determinação para tocar guitarra começou após assistir o filme De Volta Para O Futuro, “quando Michael J. Fox tocou ‘Johnny B Good’. Ele era um tremendo idiota e essa foi uma explosão do legal”. Então, ele começou então a estudar guitarra e em dois anos já era o menino prodígio se apresentando em bares de blues da região, deixando a platéia boquiaberta com seu talento e segurança no palco. Anos mais tarde ele se mudou para Boston, aos 19 anos, para estudar música na Universidade de Berklee, uma das mais respeitadas do mundo. Mas seu período de estudos lá não durou muito. Ele estava mais interessado em compor do que em estudar música. Por isso se mudou para Atlanta em 1998.

Em Atlanta, ele conquistou uma legião de fãs que o perseguiam pelos bares onde tocava como fiéis ouvintes. Mayer logo se tornou conhecido entre os músicos e compositores com o nome de Eddie’s Attic. Sua criatividade como compositor e sua presença de palco são a base de sua incrível força musical, além de sua voz levemente rouca e elegante que lembra Sting, Dave Matthews e Jakob Dylan. Suas maiores influências como guitarrista são Steve Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Elton John e Ben Folds.

Em 1999 ele lançou seu primeiro disco, chamado Inside Wants Out, contendo em sua maioria músicas acústicas e solos enérgicos assim como músicas gravadas com uma banda completa. O disco foi considerado um hit cult e chegou a ser vendido no Ebay por 50 dólares. A Imprensa local logo descobriu Mayer e o cobriu de elogios. “Esse jovem sabe como cativar o público com sua guitarra de seis cordas e suas letras honestas”, como publicou o Atlanta CitySearch logo após o lançamento do disco.

Em março de 2000 Mayer foi para Austin, no Texas, para se apresentar na prestigiada conferência South By Southwest (SxSW) e logo em seguida foi abordado por vários selos e gravadoras interessadas em seu trabalho, assinando mais tarde com a Aware/Columbia Records. E em 2001 chegou ao mercado seu primeiro disco pela gravadora: Room For Squares.

Room For Squares já vendeu mais de três milhões de cópias no mundo todo e continua vendendo milhares de exemplares toda semana, enquanto John deixou de tocar em bares para se apresentar em anfiteatros com capacidade média para dez mil pessoas. John Mayer, como reconhecimento de seu talento e sucesso, recebeu o Grammy 2003 de Melhor Performance Masculina com a faixa “Your Body Is Wonderland”. O disco foi condecorado como platina tripla nos Estados Unidos.

Seu disco seguinte, ao vivo, Any Given Thrusday, de 2002, recebeu o prêmio de Disco de Platina na América. John também recebeu a indicação de Favorite Male Artist no American Music Award ao lado de Justin Timberlake e Kid Rock. Em setembro ele recebeu dois prêmios no 16th Boston Music Awards, o de Act Of The Year e a música “Your Body Is A Wonderland” recebeu o título de Song of the Year.

Com Heavier Things em 2003, Mayer retornou às paradas da Billboard em primeiro lugar já no dia do lançamento de seu terceiro álbum nos Estados Unidos. São dez canções inéditas em que John mostra toda sua habilidade como compositor e a influência de Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix e Buddy Guy em suas linhas de guitarra limpas, sinceras, melodiosas e cativantes. O disco traz canções de um John Mayer mais maduro e em fevereiro de 2005 seu trabalho recebeu outro Grammy, pela canção “Daughters” como Best Male Pop Vocal Performance.

Depois de ser comparado incansavelmente com a Dave Matthews Band após o ótimo Room For Squares (2001), e tentar fugir dessa comparação com Heavier Things (2003) - que realmente já não mais se assemelhava à banda da Virgínia - John Mayer achou um novo caminho com o disco Try! (2005). Se apresentando como John Mayer Trio, com Steve Jordan na bateria e Pino Palladino no baixo, e repertório voltado para seu lado mais rock e blues, mesmo suas músicas mais pop ganharam uma roupagem diferenciada, conseguindo visibilidade e respeito de pessoas que nunca haviam se interessado pelos seus trabalhos anteriores.

Nessa época e durante o período de composição e produção de Continuum (seu quarto CD de estúdio, se levarmos em conta o EP independente Inside Wants Out, de 1999), Mayer participou de diversos trabalhos com nomes de peso, como Eric Clapton, Buddy Guy, John Scofield e BB King. Tudo levava a crer que a sonoridade apresentada no novo disco seguiria a linha apresentada em Try! e que sua fase inicial mais pop seria deixada de lado.

Nem uma coisa, nem outra. John Mayer soube incorporar suas influências, mostrando um trabalho que não soa como nenhum outro da sua carreira, mas traz referências de todas suas fases. A entrada com “Waiting On The World To Change” lembra Marvin Gaye no auge: soa pop, dançante e sensual. Sua voz já chama atenção de primeira, idem a produção, impecável. A letra, não menos boa, fala do sentimento de impotência em mudar as coisas erradas no mundo hoje em dia. A pegada blues da guitarra se mantém presente, mas ainda não é nessa faixa que Mayer mostra todo seu potencial.

Com músicas mais introspectivas, primando pela sutileza dos arranjos (a maior parte delas têm como base os dois músicos da fase trio) e pelo groove criado nas gravações, Mayer desfila uma série de músicas com elegância ímpar. Entre elas, “Belief”, com guitarra gravada por ninguém menos que Ben Harper e refrão que remete diretamente a Sting em seus melhores momentos, “Gravity”, em sua versão de estúdio (já que havia sido lançada previamente ao vivo no já citado Try!), as belíssimas “The Heart Of Life” e “Stop This Train”, além da impagável “Bold As Love”, de Jimi Hendrix, que recebe tratamento de luxo e mostra toda destreza de John Mayer nas seis cordas.

Um disco que mostra a maturidade deste jovem talento, que já não se importa com quantos CDs vai vender, e sim com a qualidade de seu trabalho. Como ele mesmo diz no final do encarte do CD “If you are reading this with an instrument in your lap – get to work, and deep in it. We all need you” (algo como: se você está lendo isso com um instrumento em seu colo, trabalhe, e vá fundo nisso. Todos nós precisamos de você). Música de gente grande.



Fonte: Sony BMG, Rodrigo Simas, com algumas modificações feitas por mim(site: www.jonhmayer.com.br).