Jonas Sá ANORMAL!! - por Arnaldo Antunes
"A música pop parece às vezes estar tão saturada de si mesma, que nos surpreende ouvir algo que fale essa língua com tanto frescor e entusiasmo, como esse Anormal, de Jonas Sá..
Radicalmente pop, em todos os bons sentidos que a sigla pode abranger, inclusive a anormalidade — estranhamento, originalidade. Músicas como Anormal, Sayonara, Melhor Assim, que a gente não quer que acabem; que quando chegam ao refrão dá vontade de subir o volume, para além do dez, até aonde o botão não vai mais.
Alargando os contornos dessa linguagem, entre normal e anormal, com direito ao paranormal (“Marque um encontro / entre vossas ondas / cerebrais”) — equações de uma matéria que se renova enquanto reafirma sua capacidade de comunicação simples e direta.
De Jorge Ben a George Benson, de James a Carlinhos Brown, muitos são os ecos que Anormal desfralda, em estilhaços de referências — Mutantes, Lulu Santos, Los Hermanos, Beck, Gil — sem deixar de afirmar uma identidade própria na maneira de compor, no vigor do canto, na concepção inventiva dos arranjos.
O disco de Jonas me faz lembrar a densidade dos discos de Cassiano, com suas muitas camadas de informação sonora, resolvidas em um projeto claro e audacioso. Exuberância concisa. Tudo aqui soa grande, sem ser grandiloquente.
Ao mesmo tempo, parece impossível um disco tão cheio de elementos e texturas (estão lá o “sofá felpudo” e o “tapete de pele de vaca”, “a água suja da pia” e o “mel de abelhas na garrafa”, a “lama da galocha” e as “plumas”; substâncias táteis e palpáveis), ter tanta leveza. A mixagem é um primor. Ouve-se tudo claro, com peso e pegada. Teclados, metais, cordas, coros de muitas vozes, bateria, percussões, baixo, muitas guitarras. Jonas, Bartolo e Moreno, que produziram, gravaram e editaram, conseguiram deixar tudo definido, bem delineado. Parece que a gente enxerga o desenho do que cada instrumento está fazendo.
Equilibrada ponte que nos leva ao universo livre de mega-maravilhas.
E também exploram ruídos, sobreposições de timbres, filtros e distorções, sem temor nem vulgaridade. Tudo tão bem integrado às canções, como se elas e o som que as cerca pertencessem a um mesmo organismo, indissociáveis. Assim como a letra de Anormal, que abre o disco, descreve simultaneamente um ambiente e uma pessoa; partes um do outro (como também em Looking For Joy: “I’m looking for the one/ who will be my home/ deep inside the heart”). As fotos do encarte parecem reiterar isso — a boca que canta enrolada nos cabos dos instrumentos.
Assim, as melodias adoçam as ruidosas batidas que as sustém, as sílabas se entrelaçam aos riffs de guitarra ou de metais, as frases de percussão ou de teclado criam contrapontos com as divisões do canto, as tramas de cordas ou vocais ambientam as palavras dando-lhes profundidade.
A cada momento uma surpresa — uma segunda voz, um efeito, uma quebrada, um breque, uma mudança de plano entre os instrumentos; sem nunca perder a fluência.
Como alguém pode chegar assim tão maduro em seu primeiro disco?
Lembro de que, em 2003, quando estava trabalhando numa pré-produção, com Bartolo e Pedro Sá, no estúdio de Pedro, no Leblon, Jonas apareceu e mostrou algumas gravações desse disco, que estava em processo. Àquela altura já havia um material denso, com uma grande quantidade de canais gravados em cada faixa. Ouvindo o resultado agora, anos depois, parece um milagre o modo como a realização final ficou à altura da ambição do projeto. O disco foi sendo feito aos poucos, ao longo de seis anos. E os muitos componentes foram todos se equilibrando para, ao mesmo tempo, fortalecer e violentar as canções.
Quanto a elas, surpreendentes em sua potência e eficácia, parecem se amarrar tematicamente, criando curto-circuitos para falar de si através do outro (Anormal), de si para o outro (Tenha Um Bom Dia, Sayonara), do outro para si (Real Love Real Player), de si para si (De Mim Pra Eu, Apenas 1), de si contra si (Versus), do outro para o outro (Comunicação).
Dança de sentidos que embaralha primeira, segunda e terceira pessoas, numa interação que vai mudando a cada canção, num leque variado de alternativas e alteregos.
“Entre o dentro e o fora/ Entre as belas e as feras”.
O Anormal de Jonas injeta vida nova no panorama da música pop que se faz no Brasil, no mundo, nas esferas."
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Jonas Sá
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quinta-feira, 22 de maio de 2008
Alex Góes
Com uma carreira de mais de dez anos de sucesso, Alex Góes vem percorrendo uma trilha de reconhecimento popular nos palcos. Seus trabalhos anteriores foram gravados, produzidos e lançados de forma independente, com venda em locais de apresentação ou através de pequenos selos, e sempre apresentaram excelente vendagem.
Sem falar na boa aceitação que os mesmos encontraram no seio da crítica especializada. Atualmente, Alex Góes lança com exclusividade pela jovem gravadora carioca Leke Loko Arte Business seu quarto cd - Supermercado do Eu.
Musicalmente, Supermercado do Eu é quase uma seqüência de seu trabalho anterior, Terceiro Cd. A sonoridade é apenas um pouco mais leve, explorando menos as distorções da guitarra e valorizando ainda mais os violões de aço e o piano.
A participação especial de Paulinho Moska, de quem Alex é fã incondicional, na faixa Amargura, trouxe um brilho especial ao disco. “O título do trabalho veio do fato de ter percebido que a maioria das músicas escolhidas para o repertório, falava de sentimentos da alma de cada um.
Os nomes das faixas, portanto, seguiram essa linha, dentro do universo de sentimentos e, por isso, agrupei todos nas prateleiras do Supermercado do Eu” - destaca o artista com todo o entusiasmo do nascimento de um novo projeto
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sábado, 17 de maio de 2008
O Labirinto do Fauno
O labirinto do fauno (2006) é com certeza um dos melhores filmes do ano. O cineasta Guillermo Del Toro apresenta uma fábula sombria recheada de metáforas e alegorias. Além de ser puro entretenimento, o longa também é uma ótima refeição mental para os cinéfilos e amantes da literatura fantástica. É fácil encontrar referências a filmes como O Iluminado, A Lenda do cavaleiro sem cabeça, O mágico de Oz, Hellboy (do próprio Del Toro) e livros como Alice no país das maravilhas e as fábulas de Hans Christian Andersen e dos Irmãos Grimm.
O filme abre com uma pequena narração sobre uma princesa que abandonou seu reino subterrâneo para conhecer a realidade humana e as conseqüências de seu ato. Depois disso conhecemos Ofelia (Ivana Baquero), uma menina de 10 anos fascinada por livros de contos e fábulas com fadas. Ela está viajando junto com a sua mãe Carmen (Ariadne Gil) para o campo, onde vai encontrar seu padrasto, Vidal (Sergi Lopez). Ele é o capitão das forças fascistas do general Franco, que governa a Espanha em favor dos ricos e poderosos com a aprovação da Igreja Católica. Logo de cara percebemos que Vidal é um homem extremamente sádico e que maltrata Ofelia.
Aos redor de sua nova casa, a menina encontra um labirinto que leva a uma trilha subterrânea. Lá ela conhece o Fauno (o mímico Doug Jones), uma criatura metade humana, metade bode, que a convence de que ela é a princesa perdida do reino subterrâneo e que precisa realizar três tarefas para retornar para seu reino. Ao mesmo tempo em que Ofelia embarca nessa viagem repleta de fantasia, Vidal não poupa esforços e sadismo para exterminar os rebeldes que ameaçam o governo.
O mundo fantástico
Realidade e fantasia se completam em um verdadeiro banquete de cenas e personagens inesquecíveis. Visualmente, o filme é soberbo. A cor é extremamente carregada de um sombreado que transforma a narrativa em um livro antigo de fábulas.
Inteligentemente, Del Toro transporta seu argumento para o campo. Cercado de florestas, o público se sente confortável em aceitar que possa existir por ali um universo mítico. Envolvendo este universo estão as duras cercas do mundo real, característica que também marca o trabalho de outros diretores fantásticos, como Tim Burton e Terry Gilliam. O único ingrediente diferente no filme de Del Toro são os toques surrealistas herdados do cineasta espanhol Luis Buñuel, outro que utilizou sua obra para criticar os fascistas.
Esse universo onírico e gótico é a espinha dorsal do filme. Del Toro não delimita o que é fantasia ou realidade. Ele aponta caminhos e deixa que o público embarque na viagem de sua preferência. Mesmo na conclusão, Del Toro contrasta os dois mundos. O espectador tem a possibilidade de escolher baseado em suas crenças pessoais. Quem não acredita em fadas, lendas e mitologia não se sentirá enganado. Otimistas que ainda vêem esperança no mundo caótico em que vivemos ficarão satisfeitos. E essa dualidade fica evidente na personalidade de Ofelia. Ela mostra que talvez a melhor maneira de escapar da realidade seja criando um mundo de fantasia.
Del Toro correlaciona seus personagens fabulescos com os de carne e osso. Nas tarefas, Ofelia é obrigada a enfrentar criaturas horripilantes. Impossível não associá-las à brutalidade de Vidal. Por mais aterrorizantes que sejam as aparências dos seres, fica a impressão de que os humanos são os verdadeiros vilões.
Mundos contrastantes
Fica evidente a diferença entre o mundo de Ofelia e o de Vidal. Ela acredita em sonhos e fantasia, sentimentos e características vitais para o desenvolvimento do ser humano. Vidal é um produto de mundo rígido e fascista. Sua ideologia é baseada na violência. Del Toro aproveita para analisar psicologicamente como homens dessa natureza são resultado de uma relação agressiva e abusiva dos seus pais.
Mas o debate não é só social, mas também político. Vidal não consegue ver nos rebeldes uma ameaça. Para ele, é uma questão de tempo para que todos sejam eliminados. Em A espinha do diabo (2001), Del Toro já tinha utilizado crianças para apresentar temas políticos como pano de fundo - a mesma guerra civil espanhola. Os dois filmes se completam em significado. E a mensagem de Del Toro não é sobre a perda da inocência, mas sim de como temos que nos abarcar a ela para conseguirmos sobreviver emocionalmente.
O elemento humano por trás dos comentários e mensagens de Del Toro reforçam ainda mais suas idéias. Todo o elenco está excelente. Mas quem chama a atenção é Sergi Lopez. Impossível desviar o olhar da tela quando ele aparece. Ele cria um vilão completamente odiável e se torna o ser mais asqueroso e repugnante, mesmo rodeado pelas criaturas mais estranhas possível.
Del Toro realizou todo seu filme com uma equipe basicamente mexicana, mas sem dispensar a máquina hollywoodiana. Ele, Alejandro Gonzáles Iñárritu e Alfonso Cuarón (também produtor do filme) são exemplos de cineastas que nunca deixaram de imprimir sua marca autoral em suas produções, mesmo com as amarras dos grandes estúdios. Coincidentemente, ou não, todos os três são produtos de um povo que até hoje é tratado com desprezo pelos norte-americanos. O preconceito está longe de acabar, mas o talento e o sucesso dos três é a melhor resposta.
O Labirinto do Fauno
El Laberinto del Fauno
México/Espanha/EUA
2006, 112 min
Drama/Fantasia
Direção e roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Doug Jones, Sergi López, Ariadna Gil, Maribel Verdú, Álex Angulo, Roger Casamajor, César Vea, Federico Luppi, Manolo Solo
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quarta-feira, 14 de maio de 2008
Rodrigo Sha
Todo Mundo – Rodrigo Sha
Receita para ser rapidamente esquecido no mundo da música pop: jogar todas as fichas no componente pop e esquecer-se de ser musical. Para o carioca Rodrigo Sha, essa nem chega a ser uma opção, já que seu cartão de visitas sempre foi o mesmo: tocar, tocar e tocar. E quem tiver alguma dúvida, que comece logo a ouvir esse Todo Mundo, CD que enfim reúne todos os Rodrigos que habitam o mesmo corpo: o saxofonista, o flautista, o violonista, o compositor de letra e música, o arranjador, o cantor... e a personalidade pop que encontrou na música o veículo para expressar as suas idéias. “E quem transforma um ambiente pela arte se estende / Vem me conhecer, vem se aproximar / Todo mundo tem a ver” – o convite, irresistível, está na doce drum n’bossa que dá título ao disco e que também serve como sua melhor porta de entrada. Porque Todo Mundo é, ao mesmo tempo, a cara de Rodrigo e o retrato da grande turma que ele naturalmente conseguiu agregar ao seu projeto musical. Do mestre da bossa nova Roberto Menescal ao DJ Nado Leal, todos foram chegando e acabaram achando um lugar confortável no universo musical de Rodrigo Sha. “Minha natureza é a mistura”, diz ele, um grande admirador do trabalho do saxofonista Branford Marsalis, jazzista de estirpe que levou virtuosismo ao pop e vice-versa, em discos como o hoje célebre Bring on The Night, de Sting.
Ser contemporâneo e manter a riqueza musical conquistada à base de muito estudo e incontáveis noites nos bailes da vida: essa é a proposta de Todo Mundo, disco produzido por Alex Moreira, tecladista e um dos fundadores do BossaCucaNova – banda com a qual Rodrigo vem correndo o mundo nos últimos anos. Com a ajuda de Alex, ele foi lapidando a faceta que considera ser a principal no trabalho de qualquer músico: a composição. “Tudo parte daí”, diz ele. “É onde você deixa a sua marca. E a sonoridade vem toda daí.” Assim, exceto por uma recriação pop do velho samba “Se Você Jurar”, de Ismael Silva (que praticamente virou uma música sua), todas as composições do disco são de Rodrigo – sozinho ou em parcerias.
“Tudo que eu quero / É me transformar / Em outra pessoa, num outro lugar / Onde a liberdade não é malandragem / É ingenuidade”, idealiza o músico em “Sol na Vida”, faixa que abre Todo Mundo com gosto de tarde na praia. Violão de samba, a percussão charmosa do mestre Laudir de Oliveira e uns tecladinhos climáticos (coisa de quem é admirador da eletrônica orgânica de Kruder & Dorfmeister e Thievery Corporation) dão a onda na desencanada “Trem”, outra das composições de Rodrigo que disputam um lugar na coletânea (ainda a ser feita) do pop brasileiro dos anos 00.
O desfile do compositor segue com “Multidão”, faixa com pulsação funk, mas bem no estilo anos 70, com flauta transversa, piano elétrico, scratchs de Nado Leal e mensagem alto astral: “e quem falou que existe regra pra viver?”. O clima bossa, herdeiro do projeto Brazilian Lounge (que Rodrigo montou no começo da década com o DJ Mam e que rendeu um bem-sucedido disco), ressurge em “Outra Lua”, que tem participação de Márcio Menescal, baixista do BossaCucaNova. E a faixa mais one-man-show de Todo Mundo é “Será Que Eu Vou”, que o músico compôs inteira e na qual ele tocou guitarra, bandolim e flauta transversa, além de fazer todos os vocais – o principal e os do coro. Restou a Alex Moreira cuidar apenas dos teclados e programações nessa que é a peça Pet Sounds do disco.
Mas como o próprio título do CD diz, o negócio de Rodrigo Sha é somar, não dividir. E lá estão, incorporados ao seu estilo, parcerias que percorrem um extenso arco da música popular brasileira. A começar por Roberto Menescal, com quem ele divide a autoria de “Só Dá Vontade de Viver”, uma bossa com flautinha e piano de época, guitarra jazzy (do próprio Menescal), a participação do BossaCucaNova e um refrão que é puro anos 00. O velho balanço segue firme em “Não Passou”, composição em parceria com George Israel, um dos fundadores do Kid Abelha (que Rodrigo acompanhou no Acústico MTV), além de seu companheiro no trio de saxes Os Roncadores. A camaradagem rendeu uma das músicas mais refinadas de Todo Mundo.
O departamento parcerias se engrandece ainda mais com “Tempo Fugaz”, um reggae com violão cheio de densidades, já denunciando quem o titular do disco divide a composição: Moska, um dos seus ídolos, junto com outros nomes que sacudiram a MPB nos 90, como Lenine, Carlinhos Brown e Marisa Monte. Quem toca bateria na faixa, por sinal, é João Viana, que, antes de acompanhar o pai Djavan e Cássia Eller, viveu com Rodrigo a aventura de passar dois meses em Amsterdam, no ano de 1998, tocando com a banda de reggae Medusa Dreads. Parceiro de Lenine no sucesso “Hoje Eu Quero Sair Só”, Mu Chebabi é agora o co-autor de “Só (Mulher Invisível)”, bossa que ainda conta com a participação mui especial do percussionista Marcos Suzano – que, nem precisa dizer, esteve com Lenine e Moska em seus trabalhos mais clássicos dos 90. E para fechar a lista das felizes colaborações de Todo Mundo, ainda tem “Semente”, exemplar da mais groovy psicodelia com inspiração nordestina, que o anfitrião compôs com Alexandre Castilho.
E é isso. Para quem conhecia Rodrigo Sha do BossaCucaNova, do Kid Abelha, do Brazilian Lounge, do seu primeiro disco solo (Corpo e Alma por Rodrigo Sha, feito em parceria com a loja Corpo e Alma), das bandas do DJ Marcelinho da Lua e do cantor Rogê, do Dread Lion, do Medusa Dreads ou até mesmo do Idéia Rara (o seu primeiro grupo, com o qual lançou disco em 1996), o que está aqui é justamente o ponto onde ele queria chegar. Todos os Rodrigos, de todas as fases, num trabalho só. Todo Mundo chega pedindo licença e também um pouquinho de atenção para o que tem a dizer esse jovem, mas bem rodado talento da MPB. “A música é o meu veículo nesse mundo, é onde eu transcendo, é a minha realização, é o que eu compartilho com as pessoas”, diz ele. E quem há de recusar o convite para uma audição?
Silvio Essinger, novembro de 2007.
Agenda de Show:
Maio/2008
17 - Live PA Solo - Evento Fechado (Rio de Janeiro - RJ)
24 - Live PA no Bar Londra (Hotel Fasano - RJ)
29 - Live PA Solo com DJ - Stand GNT (Shopping Leblon - RJ)
Junho/2008
05 - Show com BossaCucaNova em Evento Fechado (Volta Redonda - RJ)
06 - Show com BossaCucaNova em Evento Fechado (Volta Redonda - RJ)
07 - Live PA com Marcelinho da Lua (Brasília - DF)
12 - Show com Banda (Diquinta - SP)
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terça-feira, 6 de maio de 2008
Daniel Lopes - "+ e + Refrões", e =Reverse=
Daniel Lopes,o vocalista da Banda =Reverse= anda aprontando atualmente, está nos preparativos do lançamento do seu álbum solo, sendo que ele não saiu da banda..., o seu vôo solo se chama"+ e + Refrões", numa melodia Pop com letras que te levam a pensar..bem feita e com muito sentimento...
Para vocês a Historia...trajetoria...
Sobre a Banda "=Reverse=" :
A primeira vez em que assisti a um show do =reverse= foi no dia 28 de maio de 2005. Contrariado em sair de casa e já temendo conhecer “mais uma daquelas bandas novatas que buscam um lugar ao sol, mas, que, não trazem absolutamente nada de novo”, confesso que tornei ao lar embasbacado. Aquela simples apresentação num reduto do underground carioca foi o que chamaria, sem exagero algum, de “uma pequena revolução musical”, ou mesmo de “uma missa pop”.
A surpresa veio logo nos primeiros acordes das guitarras de Daniel Lopes e Márcio Biaso, também cantores, que se completavam harmônico-melodicamente como poucas duplas já vistas por ai, e se estendeu ao baixo preciso de Guilherme Dourado, que dava total segurança ao som redondo do grupo, chegando até a bateria pungente de Leonardo Morel, que ora soava como um trator - esmagador -, outrora como um relógio de pulso - delicadamente preciso. Na platéia, duas centenas de jovens cantavam em tom uníssono todas as músicas apresentadas.
Eu sabia que não estava só no hall de seus admiradores, mas bastou-me uma simples busca em sites da Internet, no dia seguinte, para estar certo de que o =reverse= era realmente aquilo tudo o que vi e jamais imaginei encontrar numa despretensiosa noite de maio.
Navegando pela rede, encontrei Bruno Porto, jornalista de O Globo, definindo-os como uma grande promessa para o Rock Brasil, pois a banda, segundo ele, “nadava contra a corrente, ao buscar uma sonoridade própria, em vez de imitar outros nomes, como fazia a maioria das bandas novas”. O repórter fez questão de destacar, ainda, a qualidade das letras do quarteto, lembrando que “elas falam de relacionamentos, mas, no entanto, passam longe de qualquer clichê”.
No site Zine Cultural, Erich Monteiro foi um pouco mais detalhista, afirmando que “Daniel, Márcio, Guilherme e Léo fazem uma ponte entre a simplicidade da MPB e a harmonia peculiar do Rock Inglês”. Enquanto isso, Luciano Branco, editor do site Porão Web, completava a lista em seu portal destacando que o =reverse= “se dedica a fazer o que grande parte dos críticos acredita não mais existir: Pop Rock de qualidade”. E, sim, nós - eu e eles - estávamos certos! Mas nada disso foi dito em vão! Vejamos!
Ao surgir em meados de 2004, o =reverse= quebrou todo e qualquer parâmetro mercadológico com um drible desconcertante sobre aquele que é, certamente, o maior adversário de artistas independentes e grandes companhias fonográficas, o jabá, emplacando a música Tempo e espaço na programação da rádio carioca MPB FM (90.3MHz) sem qualquer tipo de negociação financeira - no talento mesmo!
A canção chegou ao 5º lugar do TOP 10 da emissora, levando-os à frente de nomes como Maria Rita, Nando Reis, Jorge Vercilo e Flávio Venturini & Caetano Veloso, e atrás, somente, de gigantes como Djavan, Adriana Calcanhotto e Ana Carolina.
Em abril de 2005, um novo feito! A versão acústica de "O dia em que você seria eu" despontou no dial e foi inserida na coletânea MPB de cara nova, lançada pelo selo Cultpar com distribuição da Universal Music. Ela invadiu, também, o universo da telefonia móvel e foi disponibilizada em True Tones, atingindo a marca de 1000 downloads em curto espaço de tempo (sic: No site do grupo são feitos mais de 2500 downloads mensais gratuitos de suas canções, enquanto sua comunidade no Orkut já conta com aproximadamente 1200 pessoas de todos os cantos do país).
Em agosto, a banda participou do programa Banda Antes, da MTV. Naquele mesmo período, Daniel Lopes, que acompanha o cantor e compositor Leoni, passou a tocar a música nos shows do ex-Kid Abelha, conquistando fãs em várias partes do Brasil.
No mês seguinte, gravou o conceituado programa Palco MPB, daquela mesma rádio, com entrevistas e música ao vivo, e de lá pra cá não parou mais. Foram diversas apresentações em casa lotadas, não somente no Rio, mas em todo o país.
Recentemente, eles estão gravando seu segundo CD, intitulado "provisoriame"
Fonte:Trama Virtual
Sobre o Álbum Solo :
Para o dicionário, o plural de "refrão" ou é "refrãos", ou é "refrães". Mas isso nao importa! Licensa poetica esta ai pra isso, e ca pra nos ia soar terrivelmente> mais e mais refraes....argh. deixemos como esta. Bio. Da pra resumir em palavras-chave> carioca/=reverse=/sonido/leoni
Fonte: My Space
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sexta-feira, 2 de maio de 2008
Sabrina Sanm
Sabrina Sanm coloca peso e atitude no pop rock nacional
Tirem as crianças da sala, porque Sabrina Sanm não está para brincadeira. Aquela garotinha, que por volta dos 11 anos cantarolava no recreio e foi chamada para cantar no coral do colégio cresceu e apareceu. Hoje ela solta fagulhas numa banda de rock pesado que não por acaso atende pelo nome dela mesmo. Você já deve ter ouvido falar de Sabrina por causa de "ealidade Freak Show", a música que puxa o álbum de estréia, cujo clipe roda direto nos programas especializados e de onde a frase inicial foi decalcada para dar início a esse texto.
Sabrina começou a ver que a coisa ia rolar quando um professor de canto a apresentou ao guitarrista e produtor Renato Pagliacci. O encontro deu início ao trabalho que dura até hoje e resultou no álbum de estréia da cantora. Sabrina descobria o Nirvana, depois de Kurt Cobain ter mandado uma bala na cabeça e se encantava pela música pesada que vinha dos Estados Unidos e atendia pelo nome de nu-metal ou novo metal, no bom português. Também ouvia Green Day e No Doubt, ao mesmo tempo em que buscava em cantoras como Etta James uma forma de aperfeiçoar o canto, já que nunca quis ser apenas vocalista de bandinha de rock. Tudo isso explica como Sabrina Sanm desenvolveu o som de sua banda: uma cantora de verdade cantando músicas próprias, fazendo som pesado e novo de verdade.
Pesado, sim; indigesto, não. A música criada por Sabrina e Renato, enquanto eles se apresentavam tocando covers, rendeu parcerias que aproximam o som pesado, em geral taxado de ser de difícil aceitação, em algo altamente pop. No melhor dos sentidos, porque os riffs e levadas cativantes das 11 músicas desse álbum não deixam o ouvinte de cara amarrada. Nem a cabeça dele cheia de teorias para explicar o porquê do apreço por esse som. Elas batem de supetão porque têm o ingrediente pop procurado por dez entre dez compositores, sem deixar de lado o indispensável ao rock: o tal peso.
O disco foi editado pela Hellion Records, uma das maiores gravadoras especializadas em heavy metal do Brasil, e que tem por excelência o lançamento de bandas com vocalistas femininas, tendência que vem mordendo uma fatia significativa do mercado da música pesada basta ver o sucesso de Evanescence (Estados Unidos), Nightwish (Finlândia), Lacuna Coil (Itália) e assim por diante. Não, Sabrina Sanm não pega carona em onda nenhuma. Ao contrário, tem um trabalho autoral na acepção da palavra (coisa rara num mundo regido pela Lei de Lavoisier) e que caminha, como já foi dito, na linha pouco tênue que separa a música pesada do apelo pop.
A citada "Realidade Freak Show", um rockaço cheio de referências ao nu-metal que já diz que "tá ficando tudo ao contrário do que o mestre mandou", é um cartão de visitas e tanto, deixando claro que no disco não vai ter "iêiêiê". Ao mesmo tempo, "Dessa Vez" traz riffs típicos do heavy metal clássico e desmonta qualquer iniciativa de taxar a música da moça disso ou daquilo. A faixa foi a primeira a ganhar clipe no disco, e é outra que já deve fazer parte do imaginário coletivo. A trinca inicial tem seqüência nos versos "Sigo as forças de um temporal/me deixei levar nesse vendaval/Eu não vou parar", de "Não Vou Parar", que segundo Sabrina, fala de "conquista, luta, dificuldade". Outra pesada e altamente colante no ouvido da gente.
Na linha "não vou desistir daquilo que eu quero" vem "Esse é o Preço", onde Sabrina mostra com elegância a tal diferença entre cantora e vocalista. A pausa para respirar está em "Quem Sabe", que fala sobre esperança e remete ao processo de gravação do disco, um caminho nada fácil no meio independente. "Perdida", com uma bela evolução de guitarra, fala de relacionamento, assim como "Fez de Novo", onde Sabrina defende com unhas e dentes (ainda bem) seu jeito de fazer música. Lá no final, "Unleash Me" entra como registro da época em que Sabrina, alfabetizada na língua inglesa, compunha nesse idioma.
Se em disco esse coletivo de boas músicas já assusta pela contemporaneidade, imaginem nos shows. Ao vivo, a banda de Sabrina, que além dela e Renato Pagliacci tem, Diego Andrade, na bateria e Renato Thiara, no baixo, não deixa pedra sobre pedra. Às vezes fica até difícil para a nossa cantora-revelação mostrar seus dotes. Mas a turnê que começou com o lançamento do CD se espalha pelo Brasil e não tem hora para acabar. Logo, logo, Sabrina Sanm vai chegar onde você está. Melhor tirar as crianças da sala mesmo.
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