THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Gravadoras trocam CD por cartão de memória

Aposta contra a pirataria, slotMusic trará arquivos com extras e sem DRM


Já que o CD perdeu praticamente todo seu valor como suporte de música digital, o jeito é reinventar o suporte. É o que tentam as gravadoras com o slotMusic, um cartão de memória flash de 1GB que trará músicas em MP3 sem DRM.

O slotMusic é resultado de parceria entre as gravadoras EMI, Sony BMG, Universal e Warner, e a SanDisk, fabricante de memória que criou a tecnologia por trás do slotMusic. Ele pode ser usado em vários dispositivos, de celulares a notebooks e computadores. O cartão poderá ser plugado numa porta USB, o que permitirá ao usuário transferir músicas do computador.

O slotMusic chegará às lojas dos EUA antes do Natal. Os álbuns que serão vendidos os preço ainda não foram estabelecidos. As músicas serão em 320 Kbps. Para tentar convencer os fãs não baixar os MP3 da Internet, os cartões trarão extras como capa do CD, vídeos, entre outros.

Fonte: O Dia On-line

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A polêmica da música comercial

Polêmica sobre música comercial faz com que muitas canções sejam consideradas descartáveis
(21/07/2004)

Volta e meia ando recebendo e-mails com dúvidas do que seria música comercial, quais as vantagens de se fazer esse tipo de canção e se o fato dela vender muito mostra que ela tem qualidade. Bom, e é a partir dessa polêmica que começo a pautar minha coluna dessa semana. Digo polêmica, pois hoje em dia muito se discute da predominância de músicas descartáveis nas rádios. Mas será que o fato de uma música ser comercial pode ser considerada ao mesmo tempo descartável também? Será que somente os artistas têm culpa nisso? E o grau de satisfação deles, não conta ? Pelo que sei música é arte sim, mas nos tempos modernos pode vir a ser um entretenimento para aqueles que a usam como um produto. O mundo tá globalizado, os tempos são outros e a massificação está em larga escala. E dentro dessa conjuctura é que a música comercial começa a aparecer.

Mas vamos ao que interessa minha gente. Podemos dizer que, no sentido literal da expressão, toda (eu disse toda) música que é gravada seja ela por uma gravadora grande, média, pequena ou uma simples produção independente, tem um fundo comercial. Não me venham com a história de que vai gravar pra mostrar para os amigos ou netinhos! Se o sujeito gravou, é porque tem alguma pretensão, mesmo que bem lá no fundo, de ganhar algo com aquilo. Geralmente, na classe artística, há o preconceito contra músicas ou artistas que vendem muito. Se vendeu muito é porque não tem muita qualidade, é de apelo fácil, popular, comercial. Mas temos que tomar um certo cuidado nessa relação, pois não dá pra se misturar e nem confundir os conceitos “comercial” e “descartável”. Na verdade a mídia tem uma parcela considerável de culpa nessa história toda.

O número elevado de execuções faz com que uma música, aparentemente comercial, seja considerada, de forma errônea, descartável. E isso tem um efeito negativo nos próprios artistas. Alguns chegam a renegar sua própria música por ela ter sido um grande sucesso. Um exemplo atual é a banda Los Hermanos. O grupo consolidou seu nome e projetou-se nacionalmente graças à “Ana Júlia”. Uma excelente canção, a meu ver, e que até por isso fez um enorme sucesso, obtendo, conseqüentemente, um grande resultado comercial. Mas, vamos tirar o sentido pejorativo dessa palavra. Vendeu bem porque é de ótima qualidade e com grande poder de alcance aos ouvintes.

Talvez, o único problema tenha sido o excessivo número de execuções pela mídia. Todos os grandes sucessos sofrem e é até natural que, naquele momento, tenhamos “enjoado” um pouco de ouví-la, causando, dessa forma, um certo desgaste. Mas isso não diminui em nada o mérito da composição. A banda rejeita completamente seu maior sucesso, de repente, para se inserir no contexto “filosófico-papo-cabeça” dos pseudo-intelectuais e pseudocríticos que se fazem de incomodados quando uma obra vende muito. Porém, eles se esquecem que, sem esse hit, talvez não existissem os outros seguintes. “Ana Júlia” não pode ser considerada descartável por isso. Respeito a opinião da banda mas, assim como emitem opiniões sobre outros músicos, e querem respeito por elas, acho que saberão respeitar as minhas, caso venham a ler esta coluna.

Então, vamos deixar bem claro uma diferença. Uma música pode ser comercialmente bem sucedida, sem necessariamente ser descartável ou de baixa qualidade. Se ser comercialmente bem sucedida é ser uma música comercial, então tudo bem. Mas vamos analisar sua qualidade sem inveja ou falsos moralismos por ela estar rendendo uma boa soma de dinheiro a seus compositores. É preciso evitar a conotação negativa para o termo comercial. Não é vergonha alguma ser bem recompensado por uma obra artística. Ao meu ver não existe essa coisa de música comercial. A música é boa ou não, para o gosto de quem a está ouvindo, evidentemente. Existe sim letras pobres que podem descaracterizar a música. Mas cabe ao ouvinte distinguir o que é bom e o que é ruim.

O que é bom pra mim pode não ser para você e vice-versa. Se a maioria do povo gosta de músicas de fácil assimilação, isto se deve ao fato de que é para esse tipo de composição que está preparado e, claro, há pessoas com competência para fazê-lo. Ou seja, existem músicas que, antes de serem comerciais, são de rápido consumo e, por isso, descartáveis ou perecíveis. Toda música é de certa forma comercial, seja ela de boa qualidade ou não para o seu gosto. Caso contrário, você que é artista e não quer que sua música seja “taxada” de comercial, é só avisar: “não comprem meu cd! Ele é muito bom, mas não comprem, por favor”!


Marcus Vinicius Jacobson
Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
Sugestões de temas, ou elogios e críticas a esta coluna
envie um e-mail para redacao@mvhp.com.br

Essa matéria retirei do blog deste rapaz, ele reponde duvidas de muita gente!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Uma data da cultura nacional


Voz suprema da Avenida e dos morros, síntese do samba-enredo, nome que o traduz e esgota numa única palavra, Jamelão chega aos 92 anos amanhã, 12 de maio. Já vai à passarela mais como homenageado, a receber com altivez distanciada, inabalável traço de sua personalidade, a reverência do público: a precisão do moderno som tecnológico atenuou o esforço da inconfundível voz guia, eco do desfile dos tempos românticos. Nessa quadra, quando toda a escola, passista a passista, pastora a pastora, do início ao fim da pista, e toda a assistência cantavam o samba, só uma matriz vocal poderosa e infalível era capaz de conduzir o imenso coral a harmonizar-se sem tropeços com o ritmo e a cadência da bateria. Jamelão fez isso durante décadas, para alegria geral e, em particular, comovidos agradecimentos de sucessivos diretores de harmonia da Estação Primeira de Mangueira, a sua escola, da qual é um dos mais fortes símbolos.
O canto áspero e portentoso gritou primeiro, a construir-se pelas ruas, as manchetes de cada dia: Jamelão, carioca de São Cristóvão, nascido em 1913, foi pequeno jornaleiro, numa época de maior oferta de atividades adequadas à infância sem meios. O mitológico compositor Gradim (Lauro dos Santos), parceiro de Noel Rosa e Ismael Silva, autor de sambas gravados por Francisco Alves e Mário Reis, levou-o para a Mangueira no fim dos anos 20, mal a escola havia sido fundada. O samba-enredo sequer existia. As escolas, com freqüência, cantavam no desfile dois ou três sambas, nenhum necessariamente vinculado ao tema escolhido para a apresentação. Quando o samba-enredo se estabeleceu como modalidade indispensável, uma necessidade criada pelo desenvolvimento das escolas, peça imprescindível à exposição da dança dramática que elas vinham mostrar, exigiu canto universal sem discrepância. Só vozes imperiais poderiam moldá-lo e sustentá-lo. Jamelão esculpira a sua, que na meninice gritava notícias, em intensa atividade de crooner de gafieiras, dancings e cabarés, na qual tinha de sobrepor-se, sem o arrimo de caixas de sons ou mesmo de microfones, aos vibrantes naipes de metais das orquestras.
É o solista principal das escolas (ele repele a designação de puxador, a seu ver injuriosa, resíduo dos preconceitos que açoitaram o samba nos primórdios) desde os tempos em que a única distância, escrupulosamente respeitada, entre platéia e sambistas era a corda móvel, transportada pelos próprios componentes, que isolava passistas, ritmistas e baianas. Viveu todas as mutações do samba-enredo como seu intérprete máximo, ideal, condição reconhecida e proclamada pelos rivais e seguidores mais qualificados.
José Bispo Clementino dos Santos nos documentos pessoais, só José Bispo ou Ferreira dos Santos nas partituras e nas planilhas do direito autoral de sua relativamente pequena mas valiosa obra de compositor, Jamelão é especialíssimo também como cantor do sentimento, porta-voz veraz e convincente das emboscadas do amor e da vida. Nas casas de baile, no rádio e no disco, impôs-se com estilo e timbre únicos, para os quais jamais foi apontada a mais remota sugestão de modelo ou influência e que excluem, pela absoluta particularidade, a possibilidade de imitadores.
Voz de legítima e sincera extração popular, é, no entanto, solene. Parece exigir a grande formação orquestral. Sua interação com a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, por exemplo, é perfeita. Era a combinação preferida das platéias do Projeto Seis e Meia, repetida, com a Praça Tiradentes a expandir-se em filas, a cada edição dessa série memorável no Teatro João Caetano. No samba de breque “Baile no Elite”, João Nogueira e Nei Lopes celebraram a junção definitiva: “Subi a velha escadaria e dei de cara/ com a Orquestra Tabajara/ e o popular Jamelão/ cantando só samba-canção”. Precisamente aí, no acompanhamento, uma vinheta cita, ao trombone, “Folha morta”, de Ari Barroso, uma culminância no entrosamento entre o grande cantor e a grande orquestra. A comunhão se deu e cresceu na convivência profissional de artistas contratados do mesmo cast, no auditório da Rádio Tupi como nos estúdios da gravadora Continental. Alargou espaços e fronteiras: Jamelão e a Tabajara foram a sensação de uma das festas inesquecíveis do milênio passado, o baile que o estilista Jacques Fath promoveu no Castelo de Coberville, perto de Paris, em 1952, para marcar a estréia do algodão brasileiro na alta-costura européia.
Na volta, recusados os convites para permanecer na Europa, cantor e orquestra fizeram a Porto Alegre a excursão que acabaria por completar o perfil artístico de Jamelão, aproximando-o da obra de Lupicínio Rodrigues. Os sambas do compositor gaúcho, no vigor vocal e na dimensão pungente da interpretação de Jamelão, ganharam nova moldura, pode-se dizer nova forma final, constituindo-se quase um gênero à parte, com seguidores esmerados. De um destes, o santista Lúcio Cardim, Jamelão gravou meia dúzia de exemplares típicos, com destaque para o clássico “Matriz e filial”, tão lupiciniano que chega a ter a autoria confundida, quase sempre atribuída ao grande Lupe. O próprio Jamelão, sob a assinatura de José Bispo, passou a compor também no estilo, como se constata, em um de seus discos recentes, no samba “Por força do hábito” (parceria com Luís Antônio Xavier), nestes versos finais que Lupicínio Rodrigues assinaria: “Por força do hábito/ ainda ponho dois pratos à mesa/ um para mim, um pra dona tristeza/ companheira que em casa surgiu”.
Nesse repertório da emoção amorosa dolorida e adulta, na empolgação do samba-enredo, na louvação de seu reduto e de sua gente (quem não conhece “Exaltação a Mangueira”, de Enéias Brites e Alúisio Costa?) ou na representação viva do morro, de todos os morros, parte que lhe coube na “Sinfonia do Rio de Janeiro”, criada para uma constelação de intérpretes por Billy Blanco e Tom Jobim em 1954, Jamelão mantém cativo um público de gerações, crescente e renovado. Admira-se nele o raro, inigualável, cantor. Mas igualmente o artista popular de irremovível dignidade e intransigente decência. Jamais prestou qualquer reverência a cardeais da indústria do entretenimento nem fez qualquer tipo de concessão a gostos eventualmente dominantes. Ignora jogadas mercadológicas e novidades superficiais. Não bajula os meios de comunicação nem platéias de qualquer espécie. Vem, canta o produto da sua cultura do qual é a voz, e pronto. No ano 2000, cantou na Avenida um samba-enredo sobre um “príncipe do povo, rei da ralé”. Podia ser ele.

Moacyr Andrade
(Publicado originalmente no Site No Mínimo em 11 de maio de 2005 )

sexta-feira, 29 de agosto de 2008




terça-feira, 26 de agosto de 2008

Wado


O que esquenta o sangue de wado que agora vive no verão sem fim de Alagoas é a forma como as periferias do mundo têm construído a nova música através de quase nada de matéria prima. Transformando arte bruta em estúdios caseiros, com microfones baratos e pouco conhecimento técnico, mas com muita urgência, energia e gana.
A subversão não está mais na estética do punk, domesticado e adocicado em canções de amor. O que dá voz a quem não tem voz hoje são ritmos como o funk carioca, o reggaeton e os afoxés baianos. Wado foi beber nestas astúcias da periferia para construir a estética de seu novo álbum, Terceiro Mundo Festivo.

São os ritmos terceiro-mundistas que permeiam este novo disco que também traz referências mundiais como as batidas de Timbaland, Pharrel e M.I.A. O disco é um passeio por novas levadas, americanas e africanas e também, um retorno a concisão de discurso dos seus primeiros discos.

O Começo; No Brasil; Na Europa:

No ano de 2001 Wado lança o seu primeiro CD e chama a atenção dos brasileiros para a nova safra de compositores que fazem “música inteligente”, como bem afirma o jornalista Pedro Alexandre Sanches em matéria para o jornal Folha de São Paulo.
Foi a partir deste trabalho que Wado começou a ser reconhecido e respeitado em outros estados do Brasil, figurou em muitas listas de disco como o melhor do ano. Alexandre Matias, não só colocou o Cd de Wado no topo de sua lista com também escreveu uma crítica com declarações sobre tal escolha, “e agora vem Wado, com seu excelente O Manifesto da Arte Periférica, até agora o melhor disco de 2001. Sai Daft Punk, sai Vídeo Hits - o lugar é deste catarinense radicado em Maceió que conseguiu fazer um disco com sotaque, mas sem soar pós-mangue beat. Os dois discos que mais gostei no ano passado foram o do Mundo Livre S/A e o do Badly Drawn Boy. Wado converge os dois e cria um Damon Gough sambista, praiano.” – trecho do artigo publicado no Correio Popular (SP).

Aos 25 anos Wado começa a participar de projetos envolvendo o mercado internacional, na época do lançamento de seu segundo disco, “Cinema Auditivo”, quando foi convidado para participar do Tim Festival, oportunidade em que se apresentou ao lado de bandas como Los Hermanos, Lambchop, 2manyDJs e Public Enemy. Mostrando os timbres ousados, letras marcantes e a pegada firme nos grooves.
Depois de ter rodado quase todo o Brasil apresentando seu show, Wado grava “A Farsa do Samba Nublado” e com ele é selecionado pela FUNARTE para participar do Projeto Pixinguinha, antiga e lendária atividade do Ministério da Cultura que promove o intercâmbio de manifestações musicais entre as diversas regiões do país. Assim, em 2004, Wado excursionou pelo Sul e Sudeste do país ao lado de artistas como Rita Ribeiro, Totonho e Carlos Malta.

Em 2005 a França comemora um grande evento, “O ano do Brasil na França” e a caravana da qual Wado fez parte no Projeto Pixinguinha é escolhida para representar o Brasil. Este foi o primeiro show que Wado fez na Europa, na cidade de Paris. No ano seguinte é novamente selecionado para representar o Brasil, na cidade de Berlim – Alemanha no projeto Copa da Cultura / Música do Brasil, onde apresentou seu show dançante durante a Popkomm, Feira de Música Internacional. A música de Wado já circula pelo mercado europeu através da Coletânea Brazil Luaka Bop e da Coletânea da revista Tip Popkomm, com 80 mil cópias.

Wado já esteve em de festivais como Coquetel Molotov e Rec Beat (PE) Goiânia Noise (GO), Com: tradição (SP), FMI (BSB), Feira da Música (CE) além de vários outros eventos importantes do calendário nacional.


Fonte:www2.uol.com.br/wado/

sábado, 23 de agosto de 2008

Cof Damu


Em 2005 seis amigos se juntaram para fazer um som, sentir o fluxo da vida através dos seus instrumentos. Em concordância, tinham a crença de que o ritmo move mundos, cura a alma e corrompe as diferenças unindo pessoas díspares, descendentes de uma mesma molécula, o amor.

Véu Pater (voz), Dudare (baixo), Cláudio Lima (bateria), Diego Andrade (guitarra), Peu (teclados) e Abú (percussão), decidiram ser sinceros com o que pulsa em suas veias. E nasce a Cof Damu, “antena satélite da sonoridade que permeia os mundos intocáveis e individuais em cada um de nós.

A banda faz uma música dançante, com influências híbridas e inovadoras para o pop brasileiro, mesclando a mpb, o folk, o rock, o soul e o afoxé além de criar células rítmicas e linguagens melódicas próprias. A guitarra blues de Diego brinca com os teclados 70´s de Peu, na cozinha Cláudio, Abú e Dudare, passeiam pela pluralidade da música brasileira, enquanto a voz de Véu soa como um sopro, um sussurro ao pé dos ouvidos da alma.

Após três anos de estrada, com um som amadurecido e um público fiel, a banda Cof Damu lança seu primeiro CD, pelo selo Som Livre Apresenta. Ao mesclar influências da mpb com o folk, o rock, o soul e o afoxé, o grupo apresenta sua proposta musical. Uma iniciativa que deixa à margem o caráter pejorativo muitas vezes relacionado à música pop. A banda foi idealizada por Verônica Paternostro (voz, violão e flauta) e Pedro Fulgêncio (teclados) com o objetivo de fazer músicas autorais. Mais tarde, com o auxílio de Cláudio Lima (bateria), Eduardo Karranka (guitarra), Dudare Wriwrai (baixo) e Fábio Abu (percussão), o conjunto toma forma e apresenta ao público músicas de sonoridade hibrida e repletas de influências inusitadas, contribuindo, dessa maneira, para a valorização da musica pop feita no Brasil. A aposta na diferença já começa no seu batizado, quando Verônica, inspirada pela expressão popular “nem que a vaca tussa”, fez um trocadilho ao juntar as palavras “Cof” (tosse), “da” (preposição) e “mu” (mugido da vaca), sugerindo um nome que, numa tradução simples, significaria a improvável “tosse da vaca”. Depois, a Cof (como foi apelidada pelo público) passou por uma espécie de “caminho inverso” do percurso musical. O disco que foi re-lançado pela Som Livre, foi disponibilizado primeiro na internet, o que ilustra bem o método de divulgação das bandas independentes. Pelo menos para a Cof Damu, a estratégia funcionou. O resultado foi a conquista de um público diversificado e grande aceitação em diferentes sites – entre eles o orkut e o myspace – além de um contrato para o lançamento do disco.


Fonte: site Oficial : www.cofdamu.com, Trava Virtual e Palcom Mp3

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CONTRA-INDÚSTRIA: A nova Música Independente


Téo Ruiz · Curitiba (PR) ·

Muito se discute sobre música independente no país hoje em dia. Porém, a distância que se observa na prática entre músicos amadores (sem pretensão profissional) e artistas auto-produtores profissionais é enorme. Motivados em diminuir essa distância, e também em criar um material que se voltasse somente para a música independente (o que é extramamente raro), os compositores Estrela Leminski e Téo Ruiz publicaram o livro CONTRA-INDÚSTRIA em 2006, pela editora miniera Selo Editorial, fruto de uma ampla pesquisa da dulpa sobre o tema reunindo aspectos históricos, discussões, novas tendências e também uma nova terminologia que se adequasse ao discurso atual desses artistas auto-produtores profissionais de hoje, independentes por opção, que não estão ligados a nenhum tipo de estrutura industrial. Sem pragmatismos e maniqueísmos, o livro traz dados oficiais e embasamento para mostrar que os artistas independentes já saíram há tempos da condição de "marginais" para se tornarem situação dentro da música brasileira.

Segue o resumo que está na orelha do livro:

O conceito de MPB como uma instituição se mostra muito mais apropriado nos dias de hoje, pois não envolve mais somente estilos musicais, mas também reúne aspectos sociais, históricos e culturais da sociedade brasileira. As grandes gravadoras foram se firmando no Brasil ao longo do século XX ligadas ao desenvolvimento tecnológico do fonograma (música gravada). Com o avanço técnico das gravações, expansão e massificação dos meios de comunicação e com a grande qualidade e diversidade da música brasileira, as grandes gravadoras (majors) atingiram o grande público, principalmente a partir dos anos 50, e instalaram um monopólio de toda a cadeia de produção musical. A Música Independente surge em meio a crises do setor e insatisfação de alguns artistas das majors, e teve sua grande expansão a partir dos anos 80 com a vanguarda paulistana. A atitude do Faça Você Mesmo, já presente no Punk, começa então a fazer parte da MPB. O artista independente de hoje não corresponde mais a imagem de amador e marginal que adquiriu ao longo principalmente dos anos 70 e 80. Há algum tempo esses artistas produzem seu próprio trabalho com extrema qualidade e competência, e aproveitam alternativas de produção já existentes assim como propõe novos caminhos. As Leis de Incentivo à Cultura, mesmo com defeitos, constituíram uma importante ferramenta de trabalhos independentes de altíssima qualidade, e até hoje é uma alternativa de produção. O alto custo do monopólio das grandes gravadoras através de compras dos meios de comunicação (jabá), a escassez de novidades, trabalhos apelativos e as novas alternativas independentes são as prováveis causas da crise instaurada em todo setor fonográfico mundial. Devido à nova configuração da Música Independente e a adequação de seu discurso, a Contra-Indústria se configura como o expoente dos artistas independentes do Brasil.

Mais informações sobre o livro, os autores e como adquirir, entre no site
www.musicaderuiz.art.br